Todo ser humano tem o direito de ser quem é e de ter autonomia sobre o seu corpo. Esse é o princípio da Organização das Nações Unidas (ONU) que ganhou dimensão mundial e mereceu uma data especial, o 28 de Junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. Data que celebra a diversidade e fortalece a luta por respeito e contra o preconceito.
No combate à discriminação, o reconhecimento e a inclusão entraram para o plano de gestão de governos e empresas. Na fábrica da Suzano, em Belém, a analista de Recursos Humanos Sênior, Jucimara Passos, é uma das protagonistas na articulação de iniciativas com foco em diversidade e inclusão. “Sou solteira, mãe solo da Júlia Passos, cantora paraense que é da comunidade LGBTQIAPN+, e é por ela que busco, por meio do meu trabalho, tornar o ambiente organizacional um lugar mais diverso e inclusivo”, afirmou.
Com 48 anos, formada em Psicologia, com pós-graduação em Consultoria de RH e Gestão Organizacional, Jucimara está finalizando uma pós em Diversidade & Inclusão e outra em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global. Há 13 anos na empresa, ela trabalha na área de atração de talentos profissionais, com foco em diversidade. “Na Suzano, buscamos acolher e apoiar, pois a empresa não aceita nenhum tipo de discriminação. Nossas vagas e processos seletivos são abertos para todos e todas”, disse.
Em 2016, um grupo de trabalho formado por profissionais de diferentes áreas da empresa se engajou organicamente para implementar ações com foco em diversidade na companhia. Assim nasceu o Plural. Apoiado pela liderança e alinhado à estratégia de sustentabilidade, diversidade e inclusão da companhia, o programa corporativo atua em cinco grupos de afinidade: gerações, LGBTQIAP+, mulheres, pessoas negras e pessoas com deficiência. Jucimara, que se define como mulher cis, parda, que usa o pronome ela/dela, é uma das líderes do Plural Corporativo no Grupo de Afinidade LGBTQIAPN+ e coordena ações voltadas à promoção do Ambiente Inclusivo para toda a companhia e dá suporte em todas as frentes de diversidade na Suzano em Belém.
O maior desafio para pessoas que são parte dessa comunidade é conseguir espaço no mercado de trabalho convencional, especialmente para pessoas trans. Uma pesquisa realizada pelo projeto TransVida, do Grupo pela Vida, com apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mostrou que, além de combater o preconceito, é preciso educar os empregadores sobre a necessidade de contratar pessoas Trans e, no caso dos profissionais de recursos humanos, sobre as particularidades dessa população que precisam ser consideradas no processo de contratação e após a admissão.
Segundo Jucimara, a Suzano capacita os colaboradores desde a portaria até a liderança para, entre outras coisas, usar o pronome adequado, respeitar o nome social e questões como uso do banheiro. Também há uma preocupação pedagógica quanto ao significado da sigla e à diferença entre cis e trans, por exemplo. “Belém foi a primeira unidade industrial da Suzano no Brasil a contratar pessoas trans. No nosso time, temos colaboradores que se identificam como trans, tanto no administrativo quanto no operacional. Também temos pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ em cargos de liderança e muitos outros colaboradores que podem falar abertamente sobre sua orientação e identidade”, disse Jucimara.
Trabalhar a diversidade, equidade e inclusão é, além de um dever, uma estratégia de negócio para a Suzano. Em um ambiente diverso e inclusivo, as pessoas se sentem mais envolvidas, criativas, colaborativas e as taxas de atratividade e retenção de novos talentos aumentam significativamente. Jucimara destacou que a política de gestão de recursos humanos da empresa define metas para proporcionar um ambiente 100% inclusivo. “Em Belém, temos um programa interno chamado ‘Nada sobre nós, sem nós’, de escuta inclusiva dos colaboradores da comunidade LGBTQIAPN+, visando conhecer as necessidades a partir das próprias pessoas da comunidade e assim criar estratégias para melhoria do ambiente inclusivo”, ressaltou.