Mãe é afeto, sabedoria, esperança, coragem. É ser plural e única ao mesmo tempo. No mês em que celebramos o Dia das Mães e da família, a Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, valoriza a figura materna por meio das histórias de mulheres que escrevem o seu legado preservando valores que entrelaçam gerações, fomentando iniciativas voltadas que agregam tradição e sustentabilidade.
A primeira delas envolve três gerações de mulheres da mesma família que vêm escrevendo a sua história e gerando renda a partir do coco babaçu e seus subprodutos. Participantes do projeto Estrela da Serra - projeto social apoiado pela Suzano que possui produtos artesanais sustentáveis -, Lindioneza Santana, sua filha Joseny Santana e a neta Ana Cristina Sousa Nascimento, trabalham juntas fortalecendo os laços familiares e a cultura das quebradeiras de coco. Moradoras de João Lisboa, a história se inicia no quintal da matriarca da família, que ensinou o ofício de quebradeira de coco à filha e à neta, que hoje segue firme os passos da avó e da mãe.
“Iniciei por causa da minha avó, pois sempre gostei de acompanhá-la, quando ela ia quebrar coco. As duas são inspiração para mim e minhas irmãs. Elas sempre nos ensinaram a nunca desistir e nunca ter vergonha dessa profissão, que é digna assim como todas as outras”, conta Ana Cristina, com orgulho da tradição que segue passando de geração em geração.
Um dos grandes confrontos enfrentados pela artesã na profissão foi superar a si mesma. “Os maiores desafios foram vencer a timidez e o nervosismo, pois eu tinha medo de não conseguir fazer as peças”, desabafa. Mas foi por meio do Programa Extrativismo Sustentável que o ofício ganhou força na família e, hoje, a avó, a mãe e a neta conseguem administrar os processos de gestão, produção e comercialização dos produtos, gerando renda para a família. “Minha avó ainda quebra o coco no quintal de casa. Eu e minha mãe levamos as cascas e o coco inteiro para a associação e lá temos as máquinas para fazer o processo de cortar e limpar o babaçu. Depois das peças prontas a gente começa a produzir. É muito gratificante, pois eu e ela ainda não éramos artesãs. Começamos juntas no ramo do artesanato e aprendemos, passo a passo, como fazer uma linda peça”, conta Ana, com orgulho da tradição que segue passando de geração em geração.
No coração da roça e dos fios: Domingas e a força de ser mãe
A história inspiradora de Domingas Alves da Silva Moraes, 57 anos também é marcada pela força e determinação de quem cultiva não apenas a terra, mas também afetos, memórias e tradições ao lado da filha. Unidas pelo artesanato e pela agricultura familiar, elas são de Darcinópolis (TO) e integram o projeto COOAFETO - Cooperativa de Produção e Comercialização dos Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Tocantins, que, apoiada pela Suzano, visa melhorar a renda de famílias na região do Bico do Papagaio com o objetivo de buscar soluções para a escassez de manivas e sementes de mandioca para produção de farinha no Tocantins.
Crescendo cercada por mulheres fortes, que costuravam, bordavam e teciam histórias com agulhas e linhas, Domingas, aos 10 anos, já dominava técnicas que muitas pessoas levam tempo para aprender.
“Comecei no artesanato desde criança, com a minha mãe, que me ensinou a bordar; minha avó me ensinou a arte da tecelagem, e minhas tias, a fazer crochê e costura. Era precoce na aprendizagem de tudo”, relata Domingas com orgulho e gratidão. Esses saberes passados de geração em geração se misturam com outro sentimento: o amor pela terra. A ligação com a agricultura também nasceu cedo, como se viesse de dentro - do sangue e das raízes. O fio condutor chegou até a filha e hoje, mais do que heranças de saberes, Domingas construiu um espaço de confiança e parceria. Trabalhar juntas se transformou em uma forma de fortalecer nossos laços, cuidar uma da outra e seguir em frente, mesmo em tempos difíceis. Essa cumplicidade entre mãe e filha ganhou destaque nacional: as duas participaram do documentário “Fio do Afeto”, disponível em uma plataforma digital, que reúne histórias de mulheres que enfrentaram a pandemia com coragem e criatividade.
“Acredito que é tradição de família, embora nem todos sigam os mesmos caminhos. Trabalhar ao lado da minha filha é mais tranquilo e me traz segurança. O resultado dessa experiência foi sermos escolhidas para participar de um documentário que conta a história de mulheres que se superaram durante a pandemia”, pontua. Com um acervo de saberes que passam por uma linha de costura ou pelo campo, Domingas se faz retrato fiel de tantas mães brasileiras que, mesmo com os desafios, seguem plantando dignidade, colhendo esperança e bordando histórias de amor.
Mãe e filha juntas no extrativismo sustentável
Bárbara Pereira da Silva, 28 anos, moradora da zona rural de Imperatriz (MA), na comunidade Coquelândia, começou suas atividades com o babaçu de forma despretensiosa há 12 anos. Mal sabia que se tornaria uma das protagonistas da sua comunidade — quebrando não só o coco, mas também barreiras, preconceitos e desmistificando mitos relacionados à atividade ancestral das quebradeiras de coco.
Com um propósito maior em mente, Bárbara viu no artesanato, um ponto de virada em sua vida. “Foi daí que nasceu minha vontade de participar de um jeito diferente, contribuindo mais e trazendo a juventude para essa atividade”. O artesanato do coco babaçu tomou proporções além do que ela imaginava. O impacto não apenas pessoal, mas coletivo. A profissão passou a expressar um sentimento profundo de identidade cultural e resistência, alcançando também a mãe, que viu na filha uma inspiração quando teve o projeto em que estava envolvida, aprovado junto no Conselho de Quebradeiras da Estrada do Arroz. “Na época, minha mãe ainda resistia à minha participação, mas eu já estava envolvida na escrita do projeto, ajudando a organizar tudo. Aos poucos, ela viu que não adiantava tentar me afastar, então começou a me apoiar”, conta.
O projeto Pindowa foi um divisor de águas. Por meio dele, mãe e filha não só se aproximaram, como viveram experiências inéditas juntas, como voar de avião pela primeira vez.
“Foi com esse projeto que conseguimos alçar voos maiores — literalmente. A primeira vez que andamos de avião foi graças a ele. O Pindowa vem abrindo portas e novas oportunidades. Foi muito especial ver minha mãe reconhecer isso e passar a me apoiar de verdade. Todos os dias sou agradecida por ter nascido filha dela e por poder estar perto dela fazendo tudo que eu amo e eu acho que não tenho palavras para descrever o quanto que eu aprendi com ela dentro desse projeto”, comenta.
Hoje, o extrativismo do coco babaçu é principal fonte de renda das famílias da comunidade de Coquelândia e o Pindowa, iniciativa apoiada pela Suzano, incentiva atividades produtivas com o objetivo de preservar as práticas originárias da cultura tradicional, proporcionando para a Bárbara, sua mãe e a todas as famílias impactadas, empoderamento, autonomia e reconhecimento.
Para o coordenador de relacionamento social da Suzano, Diego Carrara, as histórias dessas mulheres refletem o compromisso da empresa com o fortalecimento das comunidades onde atua: “Acreditamos que investir em projetos que valorizam o saber tradicional e promovem a autonomia econômica das mulheres é essencial para construir um futuro cada vez mais justo e sustentável. Essas histórias mostram como o protagonismo feminino transforma realidades e inspira as novas gerações”.