Na Suzano, lideranças femininas dão show de gestão e protagonizam bons resultados

Sob comando feminino, módulos florestais no interior paulista batem metas anuais e geram recordes em produtividade. Dois módulos da Unidade Florestal da Suzano no interior paulista, um de colheita e outro de silvicultur...

5/8/20
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Na Suzano, lideranças femininas dão show de gestão e protagonizam bons resultados

Sob comando feminino, módulos florestais no interior paulista batem metas anuais e geram recordes em produtividade.

Dois módulos da Unidade Florestal da Suzano no interior paulista, um de colheita e outro de silvicultura, estão provando que mulheres em cargos tradicionalmente ocupados por homens vão além de promoção da igualdade de gênero. Sob o comando de um time de mulheres, jovens e competentes, as áreas florestais têm batido importantes metas, servindo de exemplo de eficiência e competitividade para outras unidades.

À frente desse time está Thais Millani. Primeira mulher a chegar ao posto de gerente de Colheita Florestal na Suzano e a única no cargo em todo o País, ela é responsável pela operação e colheita e conseguiu, no ano passado, feitos significativos. Entre eles, a redução de custo de colheita nas áreas do Vale do Paraíba em R$ 10 por metro cúbico. “Com planejamento e ações estratégicas, conseguimos reduzir de forma significativa os custos de operação”, completou.

Thaís também foi a primeira a assumir o cargo de coordenadora de colheita, onde permaneceu por dois anos e meio. Atualmente, ela comanda um grupo de cerca de 600 colaboradores, a maioria composta por homens, cenário que ela ajudou a mudar. “Acredito que, quando a mulher vê outra em cargos de liderança, acaba servindo de espelho. Hoje, temos duas supervisoras na Unidade Florestal, raríssimo de se encontrar; duas operadoras mecânicas, o que também foi uma conquista para nós. As mulheres estão mostrando maior interesse pela área. E, se no começo senti que fui testada, por ser jovem e inexperiente, o que foi bom para o meu crescimento profissional, tudo mudou após os primeiros resultados. Hoje, vejo gestores querendo montar equipes só com mulheres”, completou a gerente de Colheita Florestal.

A ausência de mulheres no setor florestal foi tema da pesquisa “Panorama de Gênero no Setor Florestal”, elaborada pela Rede Mulheres Florestais, organização não-governamental que visa discutir a igualdade de gênero no setor. O estudo apontou que, no universo de 18 organizações (sete empresas de celulose, três de painéis e quatro do segmento de madeira e toras, entre outras), a mão-de-obra é composta em 86% por homens e 14% por mulheres. Já no universo da colheita, a participação de mulheres recua para 4%. “Em termos de liderança nesta área, foram identificadas: uma gerente e duas coordenadoras, contrastando com a informação de 20 gerentes e 40 coordenadores do sexo masculino”, destacou a pesquisa.

Supervisoras

Entre essas lideranças está Marina Valin, supervisora de Silvicultura na Unidade Florestal de SP há um ano. “Hoje, todos os meus pares são homens. No meu módulo sou só eu de mulher, mas isso não é, nem de longe, um problema. Pelo contrário. Muitas vezes, por sermos mulheres, vemos as coisas sob outra perspectiva. Pode até ser de outra forma de trabalho, mas vamos resolver e trazer resultados também, e é isso o que importa”, completou a supervisora.

Aos 31 anos, Marina comanda uma equipe estimada em 30 pessoas. Somente em 2019, o time conquistou dois recordes no preparo do solo e adubação de cobertura. “Também conseguimos aumentar a produtividade do setor, gerando um ganho de 11% a 12% de produtividade em relação ao ano anterior”, completou.

Recordes também foram registrados na equipe comandada por Camila Denoni, supervisora de Colheita. Aos 29 anos, ela ocupa o cargo há 11 meses e neste período já conquistou metas importantes como a Disponibilidade Mecânica, um dos indicadores mais significativos para produtividade e custo. “Trata-se da eficiência operacional que, graças ao trabalho e empenho de toda a equipe, conseguimos melhorar por meio, principalmente, de atividades preventivas”, explicou.

Para Camila, a inclusão de mulheres no setor florestal é um processo natural, e que deve aumentar ainda mais com as novas tecnologias. “Hoje, além de estar mais disseminada entre as mulheres, que antes desconheciam por completo essa área, elas também contam com as novas tecnologias para ajudar. Com a inovação no setor, todos os processos podem ser feitos por homens ou mulheres. Os módulos também são totalmente inclusivos, acolhedores para a mulher”. Com maior número de mulheres ingressando na área, a tendência é que se aumente também o número de mulheres em cargos de liderança.

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