
O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), em parceria com a Sofidel, a Amazon Onlus e a Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, inaugurou na última quinta-feira (6), a Casa de Farinha São Raimundo, na comunidade da Vila São Jorge, em Cidelândia (MA).
A agroindústria comunitária foi criada para gerar renda e fortalecer a cadeia produtiva da mandioca. O novo espaço, gerido coletivamente pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Projeto de Assentamento São Jorge (ASPRAJORGE), foi construído para gerar renda na comunidade, apoiando no aumento da produção da produção, na melhora das condições de trabalho e na garantia da segurança sanitária do produto.
Com uma estrutura moderna, a Casa de Farinha conta com equipamentos tecnológicos, além de um melhor conforto térmico e sistemas sustentáveis de reaproveitamento de água e tratamento de resíduos. A iniciativa representa um marco no fortalecimento da bioeconomia e do avanço sustentável na região, consolidando o compromisso conjunto das instituições parceiras com o desenvolvimento local.
A Casa de Farinha São Raimundo reforça o papel das organizações e empresas envolvidas como agentes de transformação, contribuindo para o desenvolvimento territorial e para a construção de uma Amazônia mais justa, resiliente e sustentável. “Valorizar o protagonismo das comunidades locais, com soluções sustentáveis que geram renda, melhoram as condições de trabalho e fortalecem a bioeconomia na Amazônia, é parte essencial da nossa atuação”, destaca André Becher, gerente de Sustentabilidade da Suzano.
Segundo Carolina Sales, coordenadora operacional do projeto Corredor de Biodiversidade da Amazônia, a Casa de Farinha surge como uma oportunidade de transformação. “É uma iniciativa que agrega valor ao produto local, transforma o saber tradicional em um negócio coletivo e sustentável e com impacto socioambiental positivo. A partir da certificação e regularização de todo o processo produtivo, a comunidade passa a ter não apenas uma fonte de renda fortalecida, mas também um símbolo concreto do desenvolvimento territorial que o projeto busca promover”.
Sobre o impacto gerado, a comunidade comemora as novas condições de trabalho e o aumento da eficiência produtiva. Para Reginaldo Marques de Sousa, beneficiário da iniciativa, a nova Casa de Farinha veio para somar. “Tudo nela vai ser mais fácil para trabalhar. Vamos ter uma produção maior e com menos mão de obra. Aqui, até duas pessoas conseguem produzir mais do que quatro ou cinco pessoas na antiga farinheira, e isso faz uma grande diferença”.
Já Francisca da Silva Sousa destaca a melhoria no conforto e na redução do esforço físico. “Na farinheira artesanal, tudo era manual e cansativo. Com a nova Casa de Farinha, o trabalho vai ser muito mais leve e produtivo.”
Sobre o Corredor de Biodiversidade da Amazônia
Criado em 2023, o projeto atua nos estados do Maranhão e Pará, abrangendo nove municípios, sete deles no Maranhão e dois no Pará e beneficia diretamente famílias em assentamentos da reforma agrária. Uma de suas principais metas é contribuir para que 1.400 pessoas deixem a linha da pobreza, fortalecendo os arranjos produtivos locais, com foco na bioeconomia e no uso sustentável dos recursos naturais.
Entre as ações já realizadas estão a implantação de 150 quintais produtivos agroflorestais, que beneficiam 150 famílias e cerca de 500 pessoas. O Corredor também investe no fortalecimento institucional das associações, na valorização da agricultura familiar e do viveirismo e na conservação de Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reservas Legais (RL), reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o protagonismo comunitário na Amazônia.