Descarbonização: conceito, importância e estratégias

A descarbonização é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro cada vez mais sustentável. Conheça o conceito e descubra como você pode fazer a sua parte nesse movimento

Descarbonização: conceito, importância e estratégias

A descarbonização é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro cada vez mais sustentável. Conheça o conceito e descubra como você pode fazer a sua parte nesse movimento

Publicado por
Equipe Suzano
December 5, 2025
5
min de leitura

Reduzir as emissões de emissões de gases de efeito estufa (ou GEE) é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro cada vez mais sustentável. Neste texto, você vai saber mais sobre o que é a descarbonização e como ela pode transformar a economia, o meio ambiente e a nossa forma de viver.

O que é descarbonização?

A descarbonização é um movimento global que surge como resposta ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Na prática, trata-se da combinação de ações voltadas à redução das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, sobretudo, o dióxido de carbono (CO2). Assim, a descarbonização expressa-se, principalmente, em práticas que aliam inovação e sustentabilidade para possibilitar produtos e fontes de energia cada vez mais eficientes, renováveis e menos poluentes.

O surgimento do termo está diretamente relacionado ao Acordo de Paris – tratado internacional firmado, em 2015, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21). Esse compromisso global estabelece a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa a fim de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais. O número foi definido com base em estudos científicos que indicam que, ao ultrapassar esse limite, o planeta pode enfrentar danos irreversíveis.

Atualmente, conforme o relatório da Organização Meteorológica Mundial de 2024, estima-se que a temperatura global já tenha subido entre 1,3 °C e 1,4 °C desde a segunda metade do século XIX, um alerta que reforça a urgência de acelerar os esforços pela descarbonização.

Por que a descarbonização é importante?

Cansaço excessivo em dias de calor extremo. Perdas causadas por chuvas fortes e enchentes. Aumento no preço dos alimentos, como o café, após longos períodos de seca. Até mesmo o risco de o chocolate desaparecer nos próximos anos, devido à crise do cacau. O que todos esses problemas têm em comum? São efeitos visíveis das mudanças climáticas que já impactam o nosso dia a dia.

A longo prazo, as consequências são ainda mais sérias. O desequilíbrio dos ecossistemas, a perda de biodiversidade e os deslocamentos forçados de populações que fogem de eventos climáticos (como secas ou enchentes) são alguns dos desafios que tendem a se tornar cada vez mais frequentes. Os impactos também se estendem à saúde humana, como o surgimento e a disseminação de doenças infecciosas e maior risco de morte, como exemplifica a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia mais: O que é aquecimento global?

Essas consequências não são novas, mas, desde a Revolução Industrial, têm sido agravadas pelo uso intensivo de combustíveis fósseis, pelo desmatamento ilegal, por atividades produtivas poluentes e por padrões de consumo desenfreado. É nesse ponto que a descarbonização entra em cena, com o objetivo de reduzir as emissões de GEE, frear o aquecimento global, proteger os ecossistemas, garantir a segurança alimentar, a saúde e a qualidade de vida das populações.

Principais estratégias para descarbonização

Impulsionar a descarbonização é uma meta coletiva. Pessoas, governos e empresas precisam se engajar para promover mudanças na forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos com o meio ambiente. Saiba a seguir o que cada uma dessas partes pode fazer.  

Governos

Os  governos desempenham papel central na criação de políticas, incentivos e estruturas regulatórias que impulsionem a transição para uma economia de baixo carbono.

No Brasil, esse compromisso tem se fortalecido com medidas recentes, como a aprovação da Lei do Mercado Regulado de Carbono (Lei nº 15.042/2024), considerada um marco por estimular práticas sustentáveis de controle das emissões de carbono. E a Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024) que incentiva a promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono e visa consolidar o país como líder da transição energética global.

“O Brasil parte de uma posição vantajosa em relação a outras nações, especialmente pela elevada participação de fontes renováveis em sua matriz energética e elétrica, característica que o diferencia, por exemplo, de regiões como a Europa e parte da Ásia”, pontua Guilherme Conor Coraiola, especialista em Sustentabilidade e ESG e coordenador de Mudanças Climáticas na Suzano. “O país apresenta um grande potencial na produção de biocombustíveis, incluindo o biometano, que surge como alternativa comprovadamente viável aos combustíveis fósseis”, complementa.

Apesar dos avanços, ainda há desafios estruturais a serem superados. A expansão de novas tecnologias e combustíveis mais sustentáveis depende de regulamentações e investimentos públicos para que cheguem à população a custos acessíveis. Por isso, o fortalecimento de políticas de incentivo à produção e ao consumo de energias limpas é apontado como um passo essencial para consolidar o processo de descarbonização.

Pessoas

O engajamento individual em pequenas escolhas cotidianas também pode gerar grandes resultados na redução das emissões. A seguir, você confere algumas dicas para contribuir com o futuro do planeta:

Praticar o consumo consciente

“É importante buscar o máximo possível de uma economia circular dentro das nossas casas, com práticas de consumo consciente e coleta seletiva . Essas são formas de impulsionar a reutilização de materiais e, assim, reduzir a necessidade de retirar mais recursos da natureza para a produção de novos produtos”, sugere Guilherme.

Adquirir roupas em brechós, utilizar embalagens recicláveis ou retornáveis, ou de papel e ressignificar materiais que iriam para o lixo, fazendo manutenção, ou transformando-os em novos objetos são alguns dos exemplos de consumo consciente que podem ser praticados em seu dia a dia.

Escolher combustíveis de fontes renováveis

“Ao abastecer o carro, escolher o etanol em vez da gasolina é uma mudança de hábito simples, mas que contribui de forma direta para a redução dos gases de efeito estufa”, explica Rafael Favery, gerente de projetos de Sustentabilidade da AFRY Brasil, empresa de engenharia e consultoria especializada em transição energética. Para se ter ideia do impacto positivo dessa ação, dados da Agência Internacional de Energia (IEA) demonstram que o etanol de cana emite, em média, 89% menos gases causadores do efeito estuda do que a gasolina.

Leia mais: O que é consumo consciente?

Incentivar outras pessoas a cuidarem do planeta

As pequenas escolhas sustentáveis que você coloca em prática em seu dia a dia podem gerar um grande impacto positivo para a descarbonização do planeta. Mas, segundo uma pesquisa conduzida pelo DataFolha, 51% dos brasileiros dizem que não sabem o que fazer para contribuir com a diminuição das emissões de gases do efeito estufa.

Nesse contexto, compartilhar o que você já aprendeu sobre sustentabilidade e motivar familiares e amigos a adotar práticas mais conscientes é uma excelente forma de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Para fortalecer ainda mais esse movimento, você pode usar suas redes sociais para divulgar conteúdos, projetos e iniciativas sobre educação ambiental, consumo consciente, produtos sustentáveis, mudanças climáticas, biodiversidade e reciclagem. Compartilhando conhecimento, você multiplica o impacto positivo que as ações individuais podem gerar na construção de uma economia de baixo carbono.

No blog da Suzano, você encontra publicações sobre todos esses temas para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre as tendências do desenvolvimento sustentável.

Descarbonização e o papel das empresas

As empresas possuem papel central na descarbonização e no combate às mudanças climáticas, principalmente, por representarem parcela significativa nas emissões de gases do efeito estufa. Conforme dados do The Carbon Majors Database, relatório utilizado para monitorar e divulgar informações sobre o meio ambiente globalmente, 100 empresas são responsáveis por 71% das emissões de GEE.

Além dos impactos gerados, as empresas também detêm os recursos, a tecnologia e a capacidade de inovação necessários para transformar o modo como a economia funciona. “Não por acaso, em parceria com os órgãos governamentais, grandes empresas do setor privado já têm liderado essa transformação, estabelecendo metas de descarbonização fóssil e buscando engajar seus clientes e fornecedores”, diz Rafael.

Na Suzano, empresa de papel e celulose, por exemplo, a descarbonização está entre as prioridades estratégicas, em uma abordagem que une a redução das emissões e a maximização das remoções. Em seu Plano de Ação para Transição Climática, a Suzano detalha ações de redução como a gaseificação de biomassa de celulose na fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS), o que resulta em uma redução de 97% nas emissões de parte do processo produtivo em comparação com uma fábrica que consome combustíveis fósseis.

Quais são os benefícios da descarbonização?

Em nosso dia a dia, a descarbonização tem potencial de gerar benefícios visíveis, como a diminuição da intensidade e frequência de eventos climáticos extremos. “Isso significa viver com mais qualidade de vida e bem-estar, de forma que as gerações atuais e futuras estejam menos expostas aos riscos de desastres naturais”, explica Rafael.

Para as empresas, reduzir as emissões de gases do efeito estufa também é essencial. A organização internacional Carbon Disclosure Project (CDP) estima que os prejuízos causados pelas mudanças climáticas para as grandes empresas podem chegar a US$ 1 trilhão, representado em perda de estoques, dificuldade de acesso a matérias-primas, redução de produção por queda de energia, entre outras consequências.

Nesse cenário, mais do que uma necessidade imediata, a descarbonização também representa a possibilidade de impulsionar o desenvolvimento econômico dos países, promovendo transição para a bioeconomia, uma economia de baixo carbono baseada na união da sustentabilidade, inovação e ciência nos processos produtivos. “Essa não é apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de promover uma transição justa e sustentável, capaz de gerar novos empregos, estimular a inovação, aumentar a competitividade e valorizar os ecossistemas e recursos naturais. Nesse contexto, a bioeconomia tem papel ainda mais estratégico para o Brasil, que possui vantagens únicas como sua rica biodiversidade, abundância de recursos naturais e forte base florestal”, destaca Rafael.

Leia mais: O que é a Bioeconomia e o que podemos fazer para promovê-la

Conclusão: a descarbonização é um processo coletivo e urgente

A descarbonização é um movimento necessário e possível. Trata-se de um processo coletivo, que exige estudos ambientais, análises técnicas e financeiras, metas claras e, sobretudo, compromisso contínuo das pessoas, governos e empresas para reduzir drasticamente nossas emissões, repensar hábitos e superar a dependência dos combustíveis fósseis.

Mais do que buscar uma solução única, é preciso reconhecer que a construção de um futuro de baixo carbono depende de múltiplas estratégias e da colaboração entre diferentes setores. Esse é um passo essencial diante das mudanças climáticas já em curso, pois precisamos com urgência repensar a forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos com o planeta.

A descarbonização, portanto, representa uma nova maneira de compreender o desenvolvimento econômico, unindo responsabilidade, inovação e sustentabilidade na construção de um futuro mais equilibrado e resiliente.

ILUSTRAÇÃO:
Ohana Pacheco

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